As estatísticas públicas revelam que, de todos os contratos assinados pelo Estado em 2011, no valor de 2,7 mil milhões de euros, apenas 2918 que correspondem a uma despesa de 952,5 milhões de euros foram realizados após concurso público, o que contraria as sucessivas recomendações do Tribunal de Contas.
A maioria dos contratos (mais de 42 mil) refere-se ao fornecimento de bens e serviços, e apenas 11761 a empreitadas. No entanto, apesar de serem em muito menor número, o Estado gastou mais em obras públicas: um total de 1,4 mil milhões de euros.
A tendência para a redução da despesa é visível de trimestre para trimestre, sobretudo a partir do acordo assinado com a troika em Maio. A despesa da contratação pública foi reduzida praticamente a metade entre o primeiro e o último trimestre de 2011. Contas feitas, a despesa passou de 850 milhões de euros para 451 milhões.
O ajuste directo continua, assim, a ser a modalidade mais usada na contratação pública, apesar das recomendações do Tribunal de Contas, presidido pelo conselheiro Guilherme d'Oliveira Martins, para que seja usada a figura do concurso público ou, pelo menos, o diálogo concorrencial nas aquisições do Estado. Os dados foram revelados no Portal da Contratação Pública: www.base.gov.pt.
Raquel Oliveira | Correio da Manhã | 27-12-2011
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