Nestes tempos de desencanto, este espaço pretende abrilhantar o nosso pardo dia a dia. A beleza de algumas fotografias, o som de músicas lindas e imortais, fundamentalmente poesia e outras palavras, doces ou amargas, é o que poderá ser encontrado neste espaço. Nascido em Lisboa, a 16 de Dezembro de 2011, viverá enquanto for útil.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
I Don´t Know How To Love Him
Jesus Christ Superstar, um filme de 1973. I Dont Know How To Love Him o nome da canção interpretada por Yvonne Elliman, que representava o papel de Maria Madalena
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
CANTATA DA PAZ
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror
A bomba de Hiroshima
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças
D'África e Vietname
Sobe a lamentação
Dos povos destruídos
Dos povos destroçados
Sobe a lamentação
Dos povos destruídos
Dos povos destroçados
Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado
Cavaco Silva, a austeridade não mora em Belém
Palácio de Belém mais caro que Buckingham
O leitor do DN João Gaivão fez as contas. “Referia o DN de sábado que a Presidência da República emprega agora 500 pessoas. Numa recente publicação, é referido que o Palácio de Buckingham emprega 300. Será que Cavaco e a sua Maria necessitam de mais cuidados que a Rainha e o seu consorte? Ou será antes a eterna questão de os serviços públicos em Portugal empregarem muito mais gente do aquela que realmente necessitam, pagos por todos nós? No mesmo trabalho de investigação, referia-se que o orçamento da Casa Real britânica era de 46,6 milhões de euros e o da casa republicana de Portugal era de 16 milhões. Aparentemente, a monarquia é mais dispendiosa. Errado. Se dividirmos 46,6 milhões por cerca de 50 milhões de ingleses, dá bastante menos (0,93 euro) que 16 milhões por dez milhões de portugueses (1,6euro).” (Fonte: Diário de Notícias)
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
95% de Ajustes Directos nos Contratos Celebrados Pelo Estado
A maioria dos contratos realizados pelo Estado em 2011, para obras e fornecimento de bens e serviços, não foi sujeita a concurso público. No total, foram realizados 53 928 contratos, 50 941 dos quais por ajuste directo, envolvendo fornecimentos no valor de 1,7 mil milhões de euros, de acordo com os dados do Portal da Contratação Pública.
As estatísticas públicas revelam que, de todos os contratos assinados pelo Estado em 2011, no valor de 2,7 mil milhões de euros, apenas 2918 que correspondem a uma despesa de 952,5 milhões de euros foram realizados após concurso público, o que contraria as sucessivas recomendações do Tribunal de Contas.
A maioria dos contratos (mais de 42 mil) refere-se ao fornecimento de bens e serviços, e apenas 11761 a empreitadas. No entanto, apesar de serem em muito menor número, o Estado gastou mais em obras públicas: um total de 1,4 mil milhões de euros.
A tendência para a redução da despesa é visível de trimestre para trimestre, sobretudo a partir do acordo assinado com a troika em Maio. A despesa da contratação pública foi reduzida praticamente a metade entre o primeiro e o último trimestre de 2011. Contas feitas, a despesa passou de 850 milhões de euros para 451 milhões.
O ajuste directo continua, assim, a ser a modalidade mais usada na contratação pública, apesar das recomendações do Tribunal de Contas, presidido pelo conselheiro Guilherme d'Oliveira Martins, para que seja usada a figura do concurso público ou, pelo menos, o diálogo concorrencial nas aquisições do Estado. Os dados foram revelados no Portal da Contratação Pública: www.base.gov.pt.
As estatísticas públicas revelam que, de todos os contratos assinados pelo Estado em 2011, no valor de 2,7 mil milhões de euros, apenas 2918 que correspondem a uma despesa de 952,5 milhões de euros foram realizados após concurso público, o que contraria as sucessivas recomendações do Tribunal de Contas.
A maioria dos contratos (mais de 42 mil) refere-se ao fornecimento de bens e serviços, e apenas 11761 a empreitadas. No entanto, apesar de serem em muito menor número, o Estado gastou mais em obras públicas: um total de 1,4 mil milhões de euros.
A tendência para a redução da despesa é visível de trimestre para trimestre, sobretudo a partir do acordo assinado com a troika em Maio. A despesa da contratação pública foi reduzida praticamente a metade entre o primeiro e o último trimestre de 2011. Contas feitas, a despesa passou de 850 milhões de euros para 451 milhões.
O ajuste directo continua, assim, a ser a modalidade mais usada na contratação pública, apesar das recomendações do Tribunal de Contas, presidido pelo conselheiro Guilherme d'Oliveira Martins, para que seja usada a figura do concurso público ou, pelo menos, o diálogo concorrencial nas aquisições do Estado. Os dados foram revelados no Portal da Contratação Pública: www.base.gov.pt.
Raquel Oliveira | Correio da Manhã | 27-12-2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
sábado, 24 de dezembro de 2011
NATAL de Vinicius de Morais
Poema de Natal
Vinicius de Moraes
Para isso fomos feitos:Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
Vinicius de Moraes
Para isso fomos feitos:Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Les uns et les autres (Bolero de Ravel)
"Les uns et les autres", um filme do ano de 1980, do realizador Claude Lelouch. Um dos mais belos filmes franceses de todos os tempos. Extracto do Bolero de Ravel, com coreografia de Maurice Béjart e dançado por Jorge Donn.
Não lhes perdoeis Senhor, porque eles sabem o que fazem!
Não sei quem é o autor do texto, mas que tem razão... lá isso tem! O mais recente James Bond do nosso futebol, parece-me, está a correr, em alta velocidade, para o abismo. O seu treinador terá uma palavra a dizer sobre isso, mas considero que há poucas probabilidades de aquela cabecinha conseguir perceber que há mais vida para além do futebol e dos milhões que ele proporciona a alguns (poucos). Não será, também, fácil, ele compreender que a dimensão do Homem vai muito para além do dinheiro e daquilo que ele pode proporcionar.
O seu êxito, até ao momento, parece-me estar mais ligado à "repetição" do que ao seu talento e criatividade. Arriscando alguma grosseria, direi que, sem a bola nos pés, CR pouco vai além de um bronco. Infelizmente para a equipa Portuguesa no Mundial CR não passou de um jogador vulgar, previsível e não foi a grande e esperada mais-valia. Mas isso nem é o mais grave. O que para mim é verdadeiramente preocupante é a imagem que passa para os nossos jovens e que, na minha opinião, constitui um péssimo exemplo, de menino caprichoso, mimado e irresponsável, transformado em ídolo.
O tempo que dedica ao "mundo sem bola"converteu-o num iletrado, prisioneiro de hotéis de luxo, noitadas, namoradas bonitas e famosas, representante de um novo-riquismo que, também, alimenta uma série de parasitas.
Não faço ideia de quem o meteu nesta "alhada" relacionada com o seu filho que anunciou, como se de uma mercadoria se tratasse, já prontinha para render milhões, uns dias depois de nascer. O "mistério" acerca da mãe que o gerou serve para fazer render o peixe. Tudo há-de ser desvendado, mas a conta gotas, à medida que a "cotação" for subindo, provocada pela curiosidade mórbida de uma boa parte dos humanos.
CR relativamente a este assunto pôs a nu a sua "maturidade" e sentido de responsabilidade. Mostrou o homem que não é, pois converteu em "mercadoria" um "filho"que devia ser o seu maior bem deste mundo, e que não pediu, a ninguém, para vir.
A criança, que já vale não sei quantos milhões, certamente trocaria esta "salsada" toda por uma vida tranquila com um pai e de uma mãe que o amassem e acarinhassem.
O mundo está a ficar muito complicado com as loucuras que o dinheiro permite e com a falta de ética na utilização da ciência. Estamos perto da ausência de limites, para o que quer que seja. Vale tudo desde que seja para converter em dinheiro...
A falta de ética está no top, o dinheiro é Deus, mesmo para os crentes no Deus Pai!
Antes que seja tarde, temos que fazer parar esta "moda" de desumanizar. A imprensa pode e deve desempenhar um papel relevante neste combate. Não poderá, para isso, deixar-se arrastar por sensacionalismos doentios que corroem as práticas sociais e contribuem para que a anormalidade se banalize, se torne normal...
Feitas em nome dos avanços da ciência, aquelas "trapalhadas" de brincar com a vida humana, em clínicas para gente rica, são sinal de uma falta de ética deplorável que, se continuarem, arrastarão a nossa civilização para a decadência e morte.
A atitude de, por "capricho", obrigar um filho a viver sem mãe, não será um forte indício de distúrbio mental?
Mesmo não sendo um fervoroso crente, ouso dizer: - Não lhes perdoeis Senhor, porque eles sabem o que fazem!
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
sábado, 17 de dezembro de 2011
SUBMARINOS
Os dois executivos da Ferrostaal e a própria empresa julgados, na Alemanha, por suborno na venda de submarinos a Portugal e à Grécia, confessaram o crime. Ao fazê-lo, admitiram ter pago subornos à Grécia e a Portugal.
Os administradores da Ferrostaal terão, assim, de pagar uma coima de 36 mil euros e 18 mil, respectivamente, e serão condenados a uma pena suspensa que não excederá dois anos, como propôs o juiz do processo.
Os administradores da Ferrostaal terão, assim, de pagar uma coima de 36 mil euros e 18 mil, respectivamente, e serão condenados a uma pena suspensa que não excederá dois anos, como propôs o juiz do processo.
Um negócio bem submerso, onde se sabe que foram pagos subornos. Face à esta confissão, será que o departamento da Drª Cândida Almeida não consegue acusar ninguém??? Consta-se que o dinheiro aparece nas contas de um partido com responsabilidades governativas. ESPERAMOS O ARQUIVAMENTO, TAL COMO NO CASO FREEPORT, EM QUE A SENHORA PROCURADORA NÃO AUTORIZOU QUE FOSSEM TOMADAS DECLARAÇÕES AO PRINCIPAL SUSPEITO? Ou vai ocorrer a prescrição? Acusação é que, neste país, seria NOVIDADE, mas, a bem da credibilidade da justiça, seria benvinda!!!!!!
(Cedência parcial do "wehavekaosinthegarden)
(Cedência parcial do "wehavekaosinthegarden)
A corrupção e a ociosa indiferença da Ordem dos Advogados
Fervilha, de novo, entre nós, sobretudo ao nível da discussão política, o problema da corrupção.
Este odioso renascer esbarra, de frente e mais uma vez, com o silêncio sepulcral que ressoa na Ordem dos Advogados.
À laia de juízo ético, sempre se dirá que, uma associação pública que tem como atribuição estatutária a defesa do Estado de direito democrático não pode, a propósito do tema, estar imersa num "amorfismo ignominioso".
É o que normalmente acontece, quando as vivências triviais submergem as responsabilidades axiológicas.
Orlando Maçarico, Advogado | 15-12-2011
Este odioso renascer esbarra, de frente e mais uma vez, com o silêncio sepulcral que ressoa na Ordem dos Advogados.
À laia de juízo ético, sempre se dirá que, uma associação pública que tem como atribuição estatutária a defesa do Estado de direito democrático não pode, a propósito do tema, estar imersa num "amorfismo ignominioso".
É o que normalmente acontece, quando as vivências triviais submergem as responsabilidades axiológicas.
Orlando Maçarico, Advogado | 15-12-2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
PENSAMENTO DE FERNANDO PESSOA
São os Sentimentos que Conduzem as Sociedades, não as Ideias As sociedades são conduzidas por agitadores de sentimentos, não por agitadores de ideias. Nenhum filósofo fez caminho senão porque serviu, em todo ou em parte, uma religião, uma política ou outro qualquer modo social do sentimento.
Se a obra de investigação, em matéria social, é portanto socialmente inútil, salvo como arte e no que contiver de arte, mais vale empregar o que em nós haja de esforço em fazer arte, do que em fazer meia arte.
Fernando Pessoa, in 'Notas Autobiográficas e de Autognose'
Se a obra de investigação, em matéria social, é portanto socialmente inútil, salvo como arte e no que contiver de arte, mais vale empregar o que em nós haja de esforço em fazer arte, do que em fazer meia arte.
Fernando Pessoa, in 'Notas Autobiográficas e de Autognose'
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Tempo de minhocas e de filhos de meretriz
“O dia deu em chuvoso”, escreveu Álvaro de Campos. Num tempo soturno, melancólico, deprimente. “Tempo de solidão e de incerteza / Tempo de medo e tempo de traição / Tempo de injustiça e de vileza / Tempo de negação”, diria Sophia de Mello Breyner. Tempo de minhocas e de filhos da puta, digo eu. Entendendo-se a expressão como uma metáfora grosseira utilizada no sentido de maldizer alguém ou alguma coisa, acepção veiculada pelo Dicionário da Academia e assente na jurisprudência emanada dos meritíssimos juízes conselhiros do Supremo Tribunal da Justiça. Um reino de filhos da puta é assim uma excelente metáfora de um país chamado Portugal. Que remunera vitaliciamente uma “sinistra matilha” de ex-políticos, quando tudo ou quase tudo à nossa volta se desagrega a caminho de uma miséria colectiva irreversível.
Carlos Melancia, ex-governador de Macau, empresário da indústria hoteleira, personificou o primeiro julgamento por corrupção no pós 25 de Abril. Recebe, actualmente, 9500€ mensais; Dias Loureiro, um “quadrilheiro” do círculo político de Cavaco, ex-gestor da SLN, detentora do BPN, embolsa vitaliciamente 1700€ cada mês;
Joaquim Ferreira do Amaral, membro actual da administração da Lusoponte com a qual negociou em nome do governo de Cavaco Silva, abicha 3000 €;
Armando Vara, o amigo do sucateiro Godinho que lhe oferecia caixas de robalos e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, enfarda nada mais nada menos que 2000€;
Duarte Lima, outro dos “quadrilheiros” do círculo político cavaquista, acusado pela justiça brasileira do assassinato de uma senhora para lhe sacar uns milhões de euros, advogado na área de gestão de fortunas, alambaza-se mensalmente com 2200€;
Zita Seabra, que transitou do PCP para o PSD com a desfaçatez oportunista dos vira-casacas, actual presidente da Administração da Alêtheia Editores, açambarca 3000€… E muitos, muitos outros, que os caracteres a que este espaço me obriga, me forçam a deixar de referir.
Quero, no entanto, relevar um deles – Ângelo Correia, o famoso ministro do tempo da chamada “insurreição dos pregos”, actual gestor e criador de Passos Coelho que, nesta democracia de treta, chegou a primeiro-ministro “sem saber ler nem escrever”! Pois Ângelo Correia recebe 2200€ mensais de subvenção vitalícia! E valerá a pena recuperar o que disse este homem ao Correio da Manhã em 14 de Junho de 2010:
“A terminologia político-sindical proclama a existência de „direitos adquiridos‟ (…) Ora, numa democracia, „adquiridos‟ são os direitos à vida, à liberdade de pensamento, acção, deslocação, escolha de profissão, organização política (…) Continuarmos a insistir em direitos adquiridos intocáveis é condenar muitos de nós a não os termos no futuro.”
Ora, perante a eventual supressão da acumulação da referida subvenção vitalícia com vencimentos privados, o mesmo Ângelo Correia disse à RTP em 24 de Outubro de 2011: “Os direitos que nós temos (os políticos subvencionados) são direitos adquiridos”!
Querem melhor? Pois bem. Este é o paradigma do “filho da puta” criador. Porque, depois, há o “filho da puta” criatura. Chama-se Passos Coelho. Ei-lo em todo o seu esplendor, afirmando em Julho de 2010: “Nós não olhamos para as classes médias a partir dos 1000€, dizendo: aqui estão os ricos de Portugal. Que paguem a crise”. E em Agosto de 2010: “É nossa convicção não fazer mais nenhum aumento de imposto. Nem directo nem encapotado. Do nosso lado, não contem para mais impostos”. Em Março de 2011: “Já ouvi o primeiro-ministro (José Sócrates) a querer acabar com muitas coisas e até com o 13.º mês e isso é um disparate”. Ainda em Março de 2011: “O que o país precisa para superar esta crise não é de mais austeridade”. Em Junho de 2011: “Eu não quero ser o primeiro-ministro para dar emprego ao PSD. Eu não quero ser o primeiro-ministro para proteger os ricos em Portugal”. Perante isto, há que dizer que pior que um “filho da puta”, só um “filho da puta” aldrabão. Ora, José Sócrates era um mentiroso compulsivo. Disse-o aqui vezes sem conta. Mas fazia-o com convicção e até, reconheço, com alguma coragem. Este sacripanta de nome Coelho, não. É manhoso, sonso, cobarde. Refira-se apenas uma citação mais, proferida pelo mesmo “láparo”, em Dezembro de 2010. Disse ele: “Nós não dizemos hoje uma coisa e amanhã outra (…) Nós precisamos de valorizar mais a palavra para que, quando é proferida, possamos acreditar nela”. Querem melhor? “O dia deu em chuvoso”, escreveu Álvaro de Campos. É o “tempo dos coniventes sem cadastro / Tempo de silêncio e de mordaça / Tempo onde o sangue não tem rasto / Tempo de ameaça”, disse Sophia. Tempo para minhocas e filhos da puta, digo eu. É o tempo do Portugal que temos. Nota – Dada a exposição pública do jornal com esta crónica na última página, este título destina-se apenas a não ferir as sensibilidades mais puras. Ou mais púdicas.
Luís Manuel Cunha in Jornal de Barcelos de 02 de Novembro de 2011.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
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